
Visita do grupo folclórico do Circolo Trentino à família da Sra. Julia Gullini Eccel, em 22 de dezembro de 1986.
Fonte: arquivo do Circolo Trentino de Nova Trento. Postagem, Jonas Cadorin

visita do Grupo Folclórico do Circolo Trentino ao presépio da residência do casal Onildo e Joconda Dalbosco: Da esquerda para direita: Vilson (Bica), Onildo, Joconda, Valmir (Chico), a neta Keila, Vlademir (Tito) e Volnei. O presépio continua sendo montado pela família que locou a casa após a morte do casal.

Fonte: Arquivo do Circolo Trentino de Nova Trento. Postagem: Jonas Cadorin
Nova Trento está de luto. Todos somos importantes mas algumas pessoas nascem predestinadas a fazer a diferença. Salvador (Neni), filho de Inácio Gullini, levou adiante a arte do pai de ‘arrumar’ os lesionados (Foi um dos últimos giusta ossi, e agora a quem procurar?). Não fazia isso só com as mãos. Fazia com o coração. Repartia um pouco de quem era: um homem forjado no trabalho e nos valores cristãos. E à amada esposa Noêmia, dedicação total. Determinado em tudo o que fazia e falava, era um porto seguro a todos que o procuravam. E as conversas… quantos livros se poderia escrever… Salvador ! Senza parole ! RIPOSA IN PACE , INSIEME ALA MADONA DEL BON SOCORSO E DI SAN CARLO BORROMEU! NE MANCHERAI !
Membro autentico do grupo Bicivethia, do qual fazia questão de desfilar com sua inseparável bicicleta dos anos 50.
Postagem: Jonas Cadorin

Os tiraóssi Salvador e Adelina na Gullini (in memoriam), herdaram do pai Inácio, o dom da manipulação. O pai guardava a sete chaves o segredo de sua arte, a qual os filhos herdaram igualmente porque, segundo eles, esse não é um ofício que pode ser ensinado, mas sim destinado a quem tem capacidade de ‘sentir’ com as mãos. estão entre os últimos que utilizam técnicas tradicionais de manipulação em casos de entorses é distensões musculares


Fonte: A Medicina popular dos trentinos no Brasil, de Ivette M. Boso. Postagem: Jonas Cadorin
O tiraóssi Inácio Gullini, que atuou em Nova Trento desde os 16 anos de idade até a sua morte, aos 82 anos, em 1985 e sua esposa Maria Sartori. Autodidata, sem estudos em livros, aperfeiçoou suas habilidades manuais com a prática. No primeiro período de sua atividade, Inácio ocupou se também de ossos quebrados, com a antiga técnica de emplastro com a clara de ovo e, mais tarde, com uma resina vegetal que chamava de armesca. Com a chegada dos médicos e, sobretudo, dos especialistas ortopédicos, restringiu sua atividade às distensões, entorses e dores que exigiam somente a manipulação.
Foto do livro: A medicina popular dos trentinos no Brasil. Postagem: Jonas Cadorin
Recomendamos a leitura do livro ” Mammane,Tiraóssi e Benzedeiros. La medicina poppolare dei trentini del Brasile” escrito em 2012, e publicado em português em 2022 com o título de ” A medicina popular dos trentinos no Brasil. Parteiras, Tiraóssi e Benzedeiros”. A autora é a linguista neotrentina Ivette Marli Boso. a capa do livro traz a foto da herborista Glorinha Boneccher Quaitao. O livro retrata , de forma clara e repleta de entrevistas com os envolvidos na temática, como a tradição da medicina popular foi importante para atender as demandas na área da saúde na comunidade colonial de Nova Trento e que ainda se faz presente no cotidiano. Uma viagem no tempo em que os partos eram feitos em casa, em que fraturas e entorses eram resolvidos pelas mãos dos ‘justa ossi”, das benzeduras e garrafadas de remédios caseiros para a ‘triza, lombrigas, zipra, mal olhado, doenças nos animais, cobreiro, arca caída, verrugas, sol na cabeça, hemorragias, fraqueza,… e tutti quanti…
O livro é uma preciosidade para a cultura neotrentina e catarinense. Pode ser adquirido por um preço, diria simbólico, dado o valor informativo da obra, na Liga feminina de combate ao câncer de Nova Trento e também no Centro de cultura e Memória de Nova Trento . Nas próximas publicações traremos algumas fotos eternizam a figuras de algumas destas pessoas que exerceram seus dons na medicina popular como Inácio Gullini, Lourdes Woitena , José luis Hoffman, o Zelino e outros mais.
Foto: capa do livro de autoria de carlos Pedrotti. Postagem Jonas Cadorin